Friday, May 22, 2009

POR • BRASILEIROS, OS MAIS CRIATIVOS DO MUNDO

Viver de atividades criativas como fotografia, design, publicidade, cinema e afins, no Brasil, não é tarefa fácil. Os profissionais das diversas vertentes criativas são desafiados diariamente a conseguir superar algumas das condições mais frustantes e desencorajadoras, proibitivas até.
Já é mais do que sabido que nos dia de hoje, uma das mais eficazes maneiras de se fortalecer e difundir a cultura e a identidade de uma nação, é por meio das diversas formas de comunicação e expressão artística. Essa solidificação cultural resulta em um povo com maior consciência de si mesmo e dos seus valores e méritos. Um povo mais confiante e determindado a defender suas posições e interesses. Um povo mais respeitado pelos outros que com ele interagem. A firmeza com que um país afirma sua cultura reflete-se diretamente na capacidade do mesmo de se fazer respeitado politica e econômicamente. Os exemplos desse fato estão em todo o lugar, em todas as épocas. Vamos relembrar de um dos melhores marketeiros do mundo, que , infelizmente, usou seu talento para fins nem um pouco nobres, Adolf Hitler. Um homem que moveu um exército fabuloso, e grande parte de uma nação, com o poder da palavra, da oratória, da comunicação. Fosse ele mudo e as coisas teriam sido diferentes.
Quem sabe seja mais interessante tomar um exemplo mais atual de poderio de uma nação, o agora abalado, Estados Unidos da América. Seu poderio se dá pelas armas, desde o início de sua história, mas ainda maior é o poder que advém da capacidade de penetração de sua cultura e a influência que a mesma possui sobre os mais ermos cantos do planeta. Essa capacidade de interferência, frequentemente nociva, vêm disfarçada e embalada com rótulos maravilhosos e cores deslumbrantes. Vem em ataques maciços de produtos, marcas, filmes, publicidade, livros, programas de TV, música e uma infinidade de outros estímulos a todos os sentidos. Um verdadeiro bombardeio de comunicação no mais alto volume, para quem quiser ouvir, ou não. Em resumo, numa época onde a comunicação praticamente atingiu o status da instantaneidade, quem cmomunica mais, quem fala mais alto, quem se faz ouvir mais longe, perpetua-se. Quem cala, desaparece.
Retorando ao Brasil, não por acaso, usarei o exemplo da fotografia, design e publicidade para ilustrar alguns pontos tratados de maneira absurda por um país que almeja (será?) elevar-se à condição de desenvolvido financeira e culturalmente. O que esperar de um país que não valoriza ou reconhece seus próprios profissionais, sua própra cultura? Sim, pois que país é esse, onde um fotógrafo paga 50, 60, 70 por cento a mais do que o valor que resto do mundo paga pelo equipamento que lhe garante o sustento. Este mesmo fotógrafo, que compra um dos equipamentos fotográficos mais caros do mundo, também é o que recebe uma das maiores mordidas tarifárias do planeta. O mesmo se dá com os estúdios de design e agências de publicidade. Pagam valores absurdos por seu material de trabalho e são tarifados praticamente ao limite da viabilidade do negócio.
Vendo dessa forma seria de se esperar um desempenho medíocre da nossa produção criativa, entretanto conseguimos observar muitos exemplos do oposto. Nossos fotógrafos, designers e publicitários ganham inúmeros prêmios de relevância mundial todos os anos. Como isso é possível? Como o mercado fotográfico nacional encontra fôlego para crescer, mesmo pagando caro por ferramentas de trabalho que lhe garantem uma renda muito menor do que seus concorrentes extrangeiros? Como nossas agências de publicidade, com seus Macs comprados a preço de ouro e com sua carga tributária insana, conseguem inscrever suas campanhas nos festivais internacionais e ainda trazem as estatuetas para casa? Como os designers, pagando fortunas por suas estações gráficas, plotters e softwares, recolhendo altos valores em impostos e concorrendo num mercado desvalorizado por micreiros medíores, conseguem ter projetos de automóveis reconhecidos na Alemanha, projetos de móveis premiados na Itália ou fazer animações gráficas para a indústria cinematográfica americana?
Os criativos brasileiros só podem ser os melhores do mundo. De outra forma, dentro da atual conjuntura, nada conseguiriam. Os criativos brasileiros são bons mesmo, tiram leite de pedra e levam nas costas a responsabilidade solitária e não reconhecida de “vender” no nosso Brasilzão lá fora.
Agora, imagine se as condições fossem favoráveis, se pagássemos pelos equipamentos um valor mais próximo ao que nossos colegas europeus ou americanos pagam, se fossemos tributados de maneira mais sensata e realista. Estúdios fotográficos e de design, agências de publicidade, gráficas, editoras, artistas, músicos profissionais, criativos em geral deveriam ter algum tipo de isenção tributária na aquisição dos seus equipamentos de trabalho. Que outra forma melhor para se incentivar aquilo que mais nos torna capengas como nação, nossa medíocre, porém heróica, produção cutural. Talento nós temos, mas precisamos criar um ambiente mais propício à produção cultural em suas diversas manifestações. Para que nossos criativos produzam mais e ainda melhor, eles precisam de ajuda, ou pelo menos uma quantidade menor de atrapalhos. É praticamente impossível se manter competitivo nos mercados externos, e mesmo no interno, com tamanhos empecilhos.
Não se trata de trazer privilégios aos criativos, mas sim de pararmos de dar tiros no pé e começarmos a atirar em direção a um futuro mais sólido para toda uma nação e sua cultura. A evolução política e fincanceira são apenas consequências inevitáveis dessa propagação cultural.
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ENG • BRAZILIANS, THE MOST CREATIVE OF THE WORLD


Make a living from creative activities such as photography, design, advertising, cinema and similar, in Brazil, it is not an easy task. The professionals from the several different creative fields are daily challenged to surpass some of the most frustrating and discouraging, even prohibitive.
It is more than known that nowadays, one of the most efficient ways to fortify and spread one nations culture and identity, is by the means of the different communication and artistic expression forms. This cultural solidification results in a population with bigger conscience of themselves and their values and merits.
A people more confident and determined to defend their positions and interests. A people more respected by the others that with them interact. The firmness with which a country affirms its culture reflects directly in its ability of making itself politically and economically respected
Examples of this fact are everywhere, in all times. Lets remember one of the best marketing men of the world, that, unhappily , used his talent for not noble ends at all, Adolf Hitler. A man that moved a fabulous army and great part of a nation, with the power of the word, of the oratory, of the communication.

Maybe it’s more interesting to take a more current example of power of a nation, the now shaken United States of America. Its power comes through the weapons, since the beginning of it’s history, but even bigger is the power that comes from it’s culture penetration capacity and influence on the most remote corners of the world.
This interference capacity, oftenly harmful, comes disguised and packed with wonderful labels and flaring colors. Comes in massive attacks of products, brands, movies, advertising, books, TV shows, music and infinite other stimulations to all senses. A true bombing of communication in the highest volume, for who wants to hear, or not.
In resume, in a time when communication has practically achieved the status of instantness, who communicates more, who speaks louder, who is heard from far away, perpetuates. One that becomes silent disappears.
Back to Brazil, not by chance, I will use the example of photography, design and advertising to illustrate some issues treated in an absurd way by a country that wishes (does it?) to rise to the status of financially and culturally developed.
What to expect from a country that does not value or recognize its own professionals, its own culture? Yes, because what country is this, where a photographer pays 50, 60, 70 percent more for the equipment that guarantees his living than the rest of the world?
This same photographer, that buys one of the most expensive photographic equipment in the world, is also the one that deals with one of the biggest taxation bite of the planet. The same situation happens with design studios and advertising agencies. They pay absurd values by their work resources and are taxed almost to the business viability.
Seeing this way, a mediocre performance of our creative production was to be expected, however we can observe many examples of the opposite. Our photographers, designers and advertisers win innumerous prizes of world-wide relevance every year. How is it possible? How does the Brazilian photographic market finds breath to grow, even paying an expensive cost for tools that guarantee a much smaller profit than their foreign competitors.
How do our advertising agencies, with its MACs bought in gold price and with an insane tax level, are able to inscribe their campaigns in the international festivals and yet bring home the statues.
How do real designers, paying fortunes for their graphic stations, plotters and softwares, collecting high taxes levels and competing in a market devaluated by mediocre computer technicians self called “designers”, succeed to have automobiles projects recognized in Germany, furniture projects awarded in Italy, or make computer graphic animations for the American movie industry?
Brazilian creatives can only be the best in the world. Otherwise, in the present conjuncture, would achieve nothing. Brazilian creatives are really good, they “get milk from stones” and carry on their backs the lone and not recognized responsibility of “selling” our great Brazil out there.
Now, imagine if the conditions were favorable, if we payed for the equipment a value closer to what our european and american fellows pay, if we were taxed in a more reasonable and realistic way. Photography and design studios, advertising agencies, publishing companies, press companies, artists, professional musicians, creative in general should have some kind of tax exemption for the acquisition of work equipment.
What better way to stimulate what turns us most crippled as a nation, our mediocre, though heroic, cultural production? We have talent, but we need to create a more favorable environment for cultural production in its several manifestations. For our creatives to produce more and even better, they need help, or at least, a smaller quantity of troubles. It is practically impossible to keep competitive in the external markets, and even in the internal market, with such difficulties.
Não se trata de trazer privilégios aos criativos, mas sim de pararmos de dar tiros no pé e começarmos a atirar em direção a um futuro mais sólido para toda uma nação e sua cultura. A evolução política e fincanceira são apenas consequências inevitáveis dessa propagação cultural.
It is not a case of bringing privileges to the creatives, but the case of stop shooting ourselfs on the foot and start shooting forward to a more solid future for a hole nation and its culture. The political and financial evolution are only inevitable consequences of this cultural propagation.

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