Raphael B Bittencourt no Congresso Fotografar 2011 |
Todos os anos em abril a capital da fotografia no Brasil é São Paulo, pelo menos para os fotógrafos, donos de estúdios de retratos e lojas que tem alguma preocupação com suas carreiras e seus negócios. Este ano não foi diferente, nos dias 12, 13 e 14 o centro de convenções do shopping Frei Caneca respirou e transpirou fotografia e business. Some-se a estes três dias mais dois de atividades pré-congresso. Foi a maior edição do evento até então, com todas as palestras esgotadas e filas de espera.
Eu não perderia esta incrível oportunidade de renovação criativa e aperfeiçoamento dos negócios por nada, e estive lá pela terceira vez. A novidade, para mim, é que neste ano fui como convidado, para expor um audiovisual sobre minha carreira no quadro Gente Que Faz, aquele vídeo que eu mencionei em detalhes no post anterior aqui no blog.
Aquilo que não é novidade, ainda bem, é que o evento foi novamente uma valiosa oportunidade de assistir as palestras de grandes profissionais da fotografia e trocar, pessoalmente, experiências com os mesmos. Ano após ano este evento tem aumentado quantitativamente e qualitativamente meu network de uma maneira incrível.
Jim Garner - espontaneidade somente com uso de luz natural nas fotos, granulação não é problema. |
Oportunidade singular, Raphael Bittencourt e Jim Garner trocando experiências sobre a foto com luz natural. Jim Garner, simplicidade e simpatia em pessoa com Raphael Bittencourt. |
A primeira das atrações internacionais, o americano Jim Garner, simpaticíssimo e extremamente criativo, veio para reforçar a ideia de que as novas tecnologias levaram a fotografia à uma reformulação total sobre os conceitos de luz. Jim basicamente não usa flashes em seus trabalhos, apenas luz natural, mesmo nas situações noturnas, acreditem.
Obviamente o tema “granulação” surgiu na discussão, e o que concluimos é que com o atual estágio de evolução das câmeras DSLR e seus ISO altíssimos, isso já não é mais problema. Até porque a granulação acaba virando mais um elemento criativo nos trabalhos. Para Jim a granulação não é um problema, é apenas uma caraterística.
Outra bandeira levantada por Jim é a da espontaneidade, da naturalidade presente nas fotos. Chega de poses nos eventos, viva a uma linguagem que muito se aproxima ao fotojornalismo de verdade. É o fotógrafo ficando invisível frente aos olhos dos fotografados, reforçando a ideia do não uso do flash, que redesenha a luz dos ambientes alterando a realidade. Jim foi enfático ainda sobre o fato de ser mais importante captar o momento do que a preocupação com a perfeição técnica. O efeito colateral positivo é a diminuição da parafernália carregada pelos fotógrafos para as locações.
Brian Marcus e Raphael Bittencourt na Fotografar 2011 |
Brian Marcus demosntra seu equipamento de iluminação contínua a Raphael Bittencourt |
A segunda atração internacional, o novaiorquino Brian Marcus, trouxe também em sua palestra a revisão dos conceitos sobre iluminação na fotografia, demonstrando o uso de equipamentos de luz contínua baseada em tecnologia LED, ou simplesmente o não uso de iluminação adicional, flash somente em último caso.
Brian usou um de seus últimos trabalhos, a cobertura do casamento de Ivanka Trump, filha do milionário empresário americano Donald Trump, para demonstrar suas ideias e técnicas. Vimos que a criatividade não tem limites, mesmo na fotografia de casamento, onde Brian faz até intervenções de “light painting”, técnica geralmente usada dentro de estúdios e outros tipos de locação.
Sensibilidade e responsabilidade social também fizeram parte da apresentação, por meio da explanação sobre seu projeto social em Malawee, na áfrica. A fotografia movendo fundos para um mundo melhor.
Raphael Bittencourt, Beth Jansen e Leo Saldanha ao fundo após a palestra de Beth na Fotografar 2011. |
Raphael Bittencourt trocando idéias com Beth Jansen e dando uma de intérprete para outra fotógrafa. |
Beth geralmente realiza os ensaios na casa dos clientes ou em locações externas e faz composições fora de série usando os objetos que as pessoas possuem em suas próprias casas. Seu trabalho é muito colorido e transpira design e estilo.
A sensibilidade e o cuidado ao trabalhar com bebês foram também abordados por Beth, que demonstrou várias técnicas para que os pequeninos sejam fotografados sem serem incomodados. Vale lembrar que Beth também não tem o flash como equipamento necessário em seus trabalhos.
Além dos três palestrantes americanos, muitos foram as pratas da casa, compartilhando experiências tão preciosas quanto os primeiros. Trataremos deles em um post especial para este tema.
Por hora podemos dizer que uma vez mais voltei do congresso com muito mais bagagem do que cheguei.
Importantíssimo lembrar que todas as fotos que ilustram este post obviamente não foram auto retratos, foram tiradas por minha esposa Kettelin Z Bittencourt, que foi ao congresso comigo e também aproveitou muito.
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